Feira

A Feira Agroecológica do Benfica é uma experiência que resulta de um processo de ação social coletiva, realizada através de um grupo de pessoas que, sensibilizadas aos danos e às agressões que a agricultura convencional tem causado no campo e camponeses, busca aprofundar o diálogo entre o campo e a cidade, aproveitando espaços públicos para a divulgação e comercialização de produtos vindos da agricultura familiar agroecológica.

Desde março de 2010, Feira Agroecológica do Benfica acontece, quinzenalmente, em Fortaleza. Inicialmente organizada pela parceria entre as Bases de Serviço em Comercialização do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Instituto Kayrós, Associação Alternativa Terrazul com o Grupo de Consumidores Responsáveis do Benfica e surge na tentativa de incentivar, como alternativas: a agroecologia, como modelo produtivo, e a economia solidária, como modo econômico.

Através de visitas técnicas e da certificação participativa da produção agrícola, produtores e consumidores se encontram nos locais onde se realizam a produção, garantindo os determinados requisitos para tal produção, conhecendo o processo que envolve a produção ecológica da sua semente, cultivo, adubagem, uso da caldas, colheita até chegar à feira.  Nessas visitas ao campo se desenvolve também uma relação entre consumidor e produtor, obtendo assim um elo de confiança e respeito, estabelecendo uma nova relação no ato de consumir e produzir.



Deste modo, a Feira apresenta-se como:
 
  • Alternativa de certificação/validação participativa (pois o selo de certificação orgânica representa altos custos ao produtor) que acontece com a visita e acompanhamento de um assessor com formação em agricultura ecológica às comunidades onde há produção orgânica;
  • Mudança de atitude através da organização social que prevê o contato direto entre produtor e consumidor e propicia uma equação sempre positiva, onde os agricultores ganham espaço de comercialização solidária e os consumidores ganham acesso a alimentos de qualidade.

BENEFICIADOS

  • Consumidores: população de Fortaleza, moradores da região, famílias, idosos, pessoas em busca de saúde integral, recém nascidos, pessoas que abraçam a causa, vegetarianos e aqueles em busca de alimentos mais saudáveis sem prejudicar a própria saúde, da terra e a do produtor;
  • Produtores e Expositores: como canal de comercialização fortalece a agricultura camponesa, estimula o desenvolvimento sustentável do campo,  gera renda, favorece a organização de produtores, assim como aos demais expositores, consolida demandas e produtos diferenciados dada a forma de produção;  
  • Parcerias e Articuladores: oportunidade de envolver-se num processo auto-gestionado, seus desafios e conquistas, passando a ser identificados pelo apoio e atitude perante as causas sócio-ambientais, tendo a chance de contribuir com recursos financeiros, estruturais, como também afetivos e proativos;
  • Campo e Cidade: oferta de um espaço diferenciado em Fortaleza na relação direta com o campo, ocupação cultural da praça, divulgação de artistas e educadores, ponto de intercâmbios entre pessoas e movimentos, desenvolvimento de consciência ambiental que diga não ao agronegócio e agrotóxico;
  • Ambientalistas:  pessoas que trabalham ou que desejam conhecer mais sobre a permacultura, a agroecologia, vegetarianismo, que atuam na conexão com praticas pedagógicas, ecológicas e necessitam se unir e fortalecer o movimento ambiental, popular e emancipatório no Ceará.

Nesse sentido de reunir esforços, a Feira Agroecológica é uma experiência pioneira e solidária em Fortaleza, de caráter auto-gestionado, pois conta com voluntários e parcerias para definição coletiva das estratégias para sua realização, refletindo a articulação em rede que atenda seus fluxos, processos e necessidades básicas. Para isso, precisamos realizar constantemente trabalhos de conscientização, atrair, sensibilizar mais pessoas para esse processo de gestão coletiva de práticas e conhecimentos, estimular que, no campo, o agricultor também possa melhorar e ampliar essa ação de responsabilidade para com o meio ambiente (junto a sua família com destaque a participação de jovens e mulheres do campo), gerando melhores condições de vida para todos e todas. 

Principais dificuldades e facilidades
Oportunidades e ameaças

Dependência de projetos, falta de envolvimento dos feirantes, instituição p/ CNPJ, parcerias.

alta de comunicação c/ os expositores; falta de produtos agroecológicos; falta de pró-atividade da equipe para algumas questões; falta de recurso; falta de identidade; grupo volátil (em transição sempre); falta de uma sede; falta de articulação projeto no campo e urbano; falta de consciência coletiva; solidariedade dos expositores; facilidades: conquista do espaço da praça; consolidaçãoo da feira; aquisição de equipamentos; ameaças: falta de recurso; falta de organização de um grupo gestor da feira
Falta de colaboração dos expositores; dedicação; projeto que vai acabar; falta de conscientizacao; importância; facilidades: força da feira; fortalecimento através do projeto; união, maturidade; metas do projeto praticamente cumpridas; importância da feira.
Resistência, vontade, oportunidade de replicar na cidade/estado/país, 
fraquezas: falta de compromisso, esforço, infra/sede, remuneração permanente, falta de recursos e licenças.
Dificuldades:
Empoderamento dos participantes e auto-gestão do grupo
Facilidades:
A Feira está num Caminho único e que é de extrema utilidade e importância pública
 Dificuldades: de ver prioridades/de trabalhar coletivo, falta planejar para a abertura, recepção, acolhimento que não é só ser simpático.


Já existem projetos semelhantes em Fortaleza?

Se enquadra em projetos para agricultura familiar, produção cultural, agroecologia em geral, consumo responsável, economia solidaria e educação ambiental.
A Feira é um projeto, porem não tem recurso, aglutinar entidades e parceiros, empório mix (citar)
É preciso que busquemos novos projetos para termos e oferecermos o apoio necessário para que a feira funcione.
Planejamento fraco, indisponibilidade de tempo dos integrantes, esquecimentos, orçamento muito aberto.
Temáticos nas diversas áreas que a Feira atua. Sonhá-los, planejá-los, escrever, vestibular e vai.
Se focarmos em objetivos a partir de valores e princípios, temos um projeto sustentável. A ética, comunicação, continuidade, formação de coletivos, experimentação de tecnologia.





Existe a feira da ADAO e da cultura alimentar que ocorre no mercado dos piões, com pequenas lojas que vendem produtos orgânicos e os próprios supermercados que tem acessão de orgânico, e todos esses são produtos de empresas, já a feira agroecológica do benfica é da agricultura familiar. O diferencial da feira para esses outros cantos seria a forma de pagamento que ainda consegue deixar o custo um pouco mais barato em relação aos produtos selados(que exigem em media 3mil a 5mil reais por propriedade.).
Uma feira que vende produtos agroecológicos, a parti de oficinas e campanhas eles se sensibiliza por uma cultura da sustentabilidade.

com o objetivo de incentivar uma nova relação com a natureza através da realização da feira permanente, incentivando o consumo de produtos sem agrotóxicos advinda da agricultura familiar e que o publico buscar uma alimentação mais saudável. O grupo que não se limitou ao bairro do Benfica mudou o nome para Grupo de Consumo Responsável de Fortaleza, mantendo se na ideia principal que era ter um consumo diferenciado. E uma das formas foi fazer uma feira paralela de troca troca com livro, roupas, inúmeras coisas para trocar ou vender por um preço simbólico. Com o passar do tempo, o espaço na feira continuou se abrindo para novos públicos que tem como um objetivo a saúde integral como: Naturologia, massagem, comidas, pães caseiros, salgados integrais, artesanatos, cooperativas de catadores, farmácia viva, bazares... E com isso agregou se o pessoal do circo, dança, capoeira, contação de historia e com isso atraindo novos públicos para conhecer e divulga a feira e o grupo... Nesse histórico vale destacar um trabalho anterior da Konrad Adenauer que realizaram há 10 anos uma formação em agricultura ecológica para os produtores do campo, e o ministério do desenvolvimento agrário que mapiou os produtores da região possibilitou a primeira vinda deles na feira, mesmo não tendo continuidade com o apoio logístico, atualmente existe produtores na região metropolitana que significa o desenvolvimento da agricultura ecológica urbana.





Estrutura, encaminhamento de urgências, ida a campo, acordos, siteTodo o Planeta. Ao estabelecer um espaço para o consumo responsável, todos da Rede ganham, desde as famílias agricultoras, aos produtores de merendas, artes, diversos, aos Consumidores e a Terra.Acesso a alimentação, produtos beneficiados, artesanato e vestuário. É beneficiado todos aqueles que consomem, produzem e todos da cadeia…Renda para participantes, espaço de cultura, educação ambiental, trocas de energia, informação… portas, crescimento pessoais… saúde, qualidade de vida, ocupação de espaços públicos, revitalização, propagação, modelo.






Uma estrutura mínima de um encontro que se inicia às 07 (sete) horas da manhã e ocorre em sábados quinzenais, na pracinha João Gentil (Av. 13 de maio): Encontro que se consolida pelo desejo comum por outra alimentação, outro acesso sem intermediários, ação local coletiva,  que segue como campo de encontro, a praça pública, ao lado de outra Feira maior e tradicional da CEASA. Diferente, a Feira Agroecológica do Benfica foi parida, em 2010, por diferentes gestos, pessoas, raízes (Anterior a esta, houve outra Feira, mas que não foi permanente) tendo como














não é só comércio... diferente, a Feira constrói-se com desejo de ser contínua, sim, mas na transformação de formas na compra de venda [*Carta de Princípios, 2010], a partir do interesse em conhecer e fazer parte de como foi e é produzida desde a relação com a terra, a água, o solo ... capaz de transformar as relações entre campo e cidade (*)


Uma estrutura mínima de um encontro que se inicia às 07 (sete) horas da manhã e ocorre em sábados quinzenais, na pracinha João Gentil (Av. 13 de maio): Encontro que se consolida pelo desejo comum por outra alimentação, outro acesso sem intermediários, ação local coletiva,  que segue como campo de encontro, a praça pública, ao lado de outra Feira maior e tradicional da CEASA.
Diferente, a Feira Agroecológica do Benfica foi parida, em 2010, por diferentes gestos, pessoas, raízes (Anterior a esta, houve outra Feira, mas que não foi permanente) tendo como ligação direta com a agricultura familiar/comunitária e ecológica, ou seja, nutrida livre de contaminação por agrotóxicos e gestada em regiões mais próximas ou mesmo dentro da cidade e transportada fresca, pela madrugada, até a pracinha, em Fortaleza. Um encontro especial que dura até 12 horas. 
Reune e reuniu em torno de si diferentes pessoas e tem sido realizada com ou sem condições pela persistência de pessoas voluntárias (*) em busca de dar garantia para infraestrutura, certificação participativa, atividades educativas, trocas solidárias, apresentações culturais, rodas de conversa e tudo enquanto é visto e oferecido. Grande é sua potência, porém corre-se o risco de interesses e ações de modo, remoto e pontual. 
Por certo, é o Grupo de Consumo para articulação da Feira que tem papel diferencial. No Ceará, segundo pesquisa do Instituto Kairós (*), soma-se mais 33 Feiras de Agricultura Familiar, sendo oito agroecológicas e nove em transição, espalhadas por cidades do interior. Esta é a primeira experiência permanente na capital. A Feira Agroecológica oferece alimentos frescos advindos da Agricultura Familiar. 
Sua forma de certificação é participativa, através de visitas aos locais onde são cultivados. O modo de produção valoriza da agrobiodiversidade e os saberes do agricultor, da agricultura; conhece e trabalha junto à natureza e, por isso, respeita seus ciclos, sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos. Condizentes com essas práticas, a Feira compreende a saúde de maneira integral e interligada, ou seja, requer a qualidade de vida para todos os elementos da cadeira.
Por isso, assume a atitude de abrir o espaço para...
Outras barracas que são: Naturologia, massagem, comidas, pães caseiros, salgados integrais, artesanatos, cooperativas de catadores, farmácia viva, bazares, etc.


Oficinas Abertas: para participar, basta se achegar. São gratuitas e também fruto de ação voluntária. Momento para firmar a atitude de resignificar materiais, transformá-los  e, a partir de troca de ideias e a mão na massa, visam o respeito ao meio ambiente.


Cultural: é o momento destinado a apresentações: musiciais, circenses, percursivas e até de dança e vem fortalecer a produção local. Muitos grupos vem na amizade! Curtem abrilhantar o encontro com sua arte. Divulgar seu trabalho. De graça, na praça! E se passa o chapéu, apresenta seu CD, show, ..


 Barraca Solidária: Espaço destinado a exposição de roupas, livros, calçados, bolsas, dentre outrs, com fins de trocas ou vendas por preços simbólicos. Acontece também de maneira espontânea entre aqueles que  acreditam numa outra economica. Essas que faz circular, não explora, nem visa ao lucro.


Piquenique: conversa informal sobre alimentação e degustação de alguma fruta da Feira ou um preparado de casa oferecido para o coletivo na roda. Momento de compartilha, relatos de recuperação de saúde pelo estilo de alimentação, troca de receitas, tira dúvidas, empréstimo de livros, risadas, regozijo, até a comida acabar e recolherem o paninho. 

O espaço: Vemos a praça ser ocupada livremente, por exemplo, comrodadas de xadrez, redes armadas entre árvores, treinos de capoeira angola, malabares e corda bamba. Enquanto outros se esticam nas lonas e aproveitam o vento. Os banquinhos são tomados por sacola de tecido recheada pelas folhas lhes saltando para fora. Assim, a feira se colore e amplia. Uma lona colorida fica estendida ao chão, entre mesas e cadeiras, onde aqueles que vão chegando, se sentem a vontade e vão ficando. Outros se esticam, puxam uma almofada e aproveitando o vento na praça.


        Assim, desde o seu principio, o espaço da Feira pode ser para alguns um lugar também intimo. Nos encontros e no que proporciona. Nela, as pessoas brincam, interagem, combinam atividades, se atualizam, escolhem junto os alimentos. Alguns vêm de bicicletas e, logo, o lugar está tomado por elas, encostadas umas nas outras. E, nesse inventar do tempo, na praça, as crianças se esbaldam! Os pais deixam livres para correr, andar de bicicleta, subir em arvore, soltar raia. Ao mesmo tempo que nos manifestamos sobre outros desejos e formas de vida...


 

Com qualidade para o campo e a cidade!