Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) convoca
todas as entidades, organizações, pastorais, redes, ativistas e
movimentos sociais a inserirem-se e nos ajudarem a realizar as
mobilizações que marcarão o Dia Internacional de Lutas Contra as Barragens, pelos rios, pela água e pela vida,
na jornada do 14 de março. Nesta data, populações atingidas por
barragens do mundo inteiro denunciam o modelo energético que,
historicamente, tem causado graves conseqüências sociais, econômicas,
culturais e ambientais. Segundo o relatório da Comissão Mundial de
Barragens (órgão ligado à ONU), no mundo, cerca de 80 milhões de pessoas
foram atingidas direta ou indiretamente pela construção de usinas
hidrelétricas.
Os últimos anos foram marcados pelo avanço das
grandes empresas nacionais e estrangeiras no controle das riquezas
naturais e minerais, da água, das sementes, dos alimentos, do petróleo e
da energia elétrica. Todos estes bens tornam-se mercadorias e são
explorados pelos setores da indústria que se abastecem com o alto
consumo de energia. A atual crise do capitalismo mostra o quanto este
modelo de produção e consumo é insustentável e insano, centrado apenas
no lucro de poucos. Para o MAB é necessário construir um novo modelo de
desenvolvimento, centrado na busca de condições dignas de vida para a
classe trabalhadora.
Movimentos de resistência contra este modelo
se fortalecem e agora, mais do que nunca, faz-se necessária a realização
de grandes jornadas de lutas que deverão ir para além do 14 de março,
devem avançar para a Rio + 20, que acontece em junho no Rio de Janeiro, e
para combater todas as estruturas injustas desta sociedade. Em se
tratando do modelo energético, a crise nas atividades econômicas abrem a
possibilidade de discutir uma reestruturação profunda, que parta das
necessidades reais de superação das contradições do atual modelo e que
carregue os princípios da soberania energética a partir de um projeto
popular.
Cada vez mais nosso compromisso é de nos organizarmos e
de nos inserirmos nas lutas contra as transnacionais, pelos direitos dos
trabalhadores, na defesa dos rios, da água e da vida. As manifestações
da semana do 14 de março serão realizadas para pedir solução para a
enorme dívida social e ambiental deixada pelas usinas já construídas e
para fortalecer a luta por um outro modelo energético. Portanto, essa
luta não é apenas da população atingida pelos lagos, pois todo o povo é
atingido pelas altas tarifas da energia, pela privatização da água e da
energia, pelo dinheiro público investido em obras privadas.
Cabe a nós
fazermos a luta de resistência e construirmos um novo modelo energético e
de sociedade!
Águas para vida, não para morte!
Água e energia não são mercadorias!
Nenhum comentário:
Postar um comentário