Família de agricultores chegando a comboio, de diferentes regiões do Ceará, para vender e participar da Feira Agroecológica do Benfica. No total, 47 produtores da agricultura familiar ofereceram seus produtos no dia 03/07, na Praça da Gentilândia, em Fortaleza.
A feira tem sido referência de construção democrática, pautada na Cultura de Paz, na participação solidária e na troca de experiência entre o agricultor e o homem da cidade.
Segundo uma das articuladoras do grupo de consumidores responsáveis e a Diretora da Associação Alternativa Terrazul, Fernanda Rodrigues, a feira tem demonstrado que o movimento só acontece com a mobilização socioambiental. “Tanto o grupo dos consumidores como os agricultores tem sentido a necessidade de tornar as Feiras agroecológicas um projeto de política pública para o município de Fortaleza”, ressalta Fernanda.
O grupo garante ainda, que este é o momento de fortalecer as bases de serviços de agroecologia no estado e chamar a atenção das pessoas sobre o perigo dos agrotóxicos. De acordo com o Wagner Pedrosa Quintino, produtor de Baturité, a feira tem sido um despertar para a população perceber que o preço de produtos sem agrotóxicos são mais acessíveis do que em redes de supermercado, por exemplo. “Aqui, além de o público estar preocupado com a saúde, nós podemos trocar informações e se relacionar diretamente com o consumidor”, complementa o produtor.
Fernanda ainda explica que conforme as demandas do grupo vão aumentando, mas as instituições envolvidas no processo da feira vão sentindo a necessidade de consolidar uma rede de instituições que vem trabalhando na ótica da cultura de paz, economia solidária e agroecologia em Fortaleza.
Educação Socioambiental
Durante a feira, aconteceram diversas atividades como roda de conversa com os produtores, diálogos sobre cooperativismo e as principais dificuldades que os produtores vêm encontrando em sua região como a seca e as questões ambientais. O diálogo aconteceu durante a oficina sobre consumo responsável e cooperativismo, ministrada pelo Instituto Kairós e Instituto de Revitalização do Trabalho (IRT). O Instituto Kairós aproveitou o espaço para lançar o folder sobre Consumo Responsável no Ceará, que mapeia as principais feiras e experiências agroecológicas do estado.
Para a Luciana Cardoso, do Instituto de revitalização do trabalho (IRT), que apoiou a vinda desses agricultores, a feira foi um sucesso. “ A feira vem movimentando o bairro, várias idades trocando saberes e consumindo alimento de qualidade”, completa Luciana.
Além disso, o Grupo de Consumidores responsáveis juntamente com a Associação Alternativa Terrazul promovem a Assembléia Geral Agroecológica com o objetivo aproximar o produtor do consumidor e avaliar o processo da feira desde o início do ano.
Percursos Urbanos
Outra atração foi a participação do projeto PerCursos Urbanos , uma parceria entre o coletivo Mediação de Saberes e o Centro Cultural Banco do Nordeste – que se traduz na realização de roteiros em ônibus urbanos, com o objetivo de apresentar e discutir os desafios e as possibilidades de Fortaleza. O ônibus siu do Centro Cultural Banco do Nordeste diretamente para a feira e o tema discutido entre os participantes foi “Outra cara do consumo”.
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