aquele que pelo fruto do tempo acorda
que pelo suor escorrido em corpo dorme
quer pelo peso do que carrega, quer pela transparência do alimento que come...
nem é pluma, nem é pedra, é pura firmeza o que carrega
correndo sangue – cheiro de beterraba fresca
e seu passo de seguir colheita
dá bom dia a quem pouco se olha
mas que num despertar de lampejo matinal acorda
e sai levando pra casa as sacolas de frutos em cores
que dançam mais tarde em suas panelas no forno
.
.
lá longe, mais tarde, o outro levanta
aquele! que já distante planta
e colhe, vendendo o que sente
ocorre que, em sua veia, a feira, de firmeza errante
um tanto repuxa, um tanto se lança
pra ancorar no que pende
e certeiros: a feira e o feirante
são braços e abraços que sentes
e em si se vive e renova
em todos os dias de prosa
em todas as feiras... e sempre
Thatiane Paiva
Um comentário:
A poesia está presente realmente em cada simples detalhe. Lindo!
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